Entrevista com Martin

Entrevista com Martin

por Giovanni Farias, EdD (Moodle Partner) -
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Caros, segue abaixo a entrevista com Martin, reeditada para que fosse retirado o logo da minha empresa do vídeo. Infelizmente tive que publicar às pressas o vídeo que já estava pronto e hospedado no Youtube (com a marca), para deixar clara a questão do Moodle sempre ter sido, ser e sempre será um software livre, diante da apresentação de posts que diziam o contrário. O vídeo agora tem apenas o endereço do canal no Youtube onde deposito vídeos com acesso gratuito que venham a ajudar o entendimento sobre o Moodle, sobre EAD e sobre tecnologia na educação.

Como citei em outro post, evito mencionar o nome de minha empresa nos posts que publico, para deixar claro que não estou utilizando a comunidade, da qual faço parte antes mesmo desta página existir, para fins comerciais. A exceção temporária do vídeo anterior foi por uma questão de caráter emergencial, que só demorou a ser substituído porque estava fora da minha base para editar, e quando o fiz, o Youtube demorou um pouco a deixar o vídeo disponível para embutir em outros sites. Agora em diante, estarei prevenido para esta situação, pois todos os vídeos que produzir sempre terão uma versão com e outra sem a minha marca, de modo que só publique vídeos sem marca nesta comunidade (como deve ser) e não forneça subsídios para quem quer dividir, prejudicar, denegrir o Moodle (seja por desconhecimento de causa, seja por má fé).

Publico aqui em um tópico de fórum justamente para permitir que, de forma respeitosa e transparente, possa receber críticas, sugestões, dúvidas e comentários sobre o teor do vídeo, e possa imparcialmente responder na posição de Moodler, não como MP. Por motivos óbvios, estive afastado da comunidade até por uma questão de autoestima e respeito próprio, diante de fatos em que me senti injustiçado, excluído, discriminado. Infelizmente esse meu afastamento, com um retorno como ocorreu, fica fácil para outrem jogarem pedras, sob a bandeira da pureza da finalidade não comercial da comunidade, pureza que concordo plenamente, mas sem ser hipócrita de defender publicamente esta pureza mas exercer poder sem ética, para tirar proveito do Moodle nos bastidores, sem dar o retorno que o Moodle precisa para sobreviver e evoluir.

É importante deixar claro que não estou dirigindo esta palavra do parágrafo anterior para aqueles que prestam serviços Moodle. Ao contrário do que se pode imaginar, eu não tenho nada contra quem tem certificação Moodle e/ou quem tem conhecimento técnico/pedagógico adequado e que provê serviços Moodle. Passa longe de minha intenção querer monopolizar mercado, mesmo porque é um mercado imenso demais para ser monopolizado, sendo uma tarefa inglória e burra tentar monopolizá-lo. Apenas preciso, como MP, ser leal ao Moodle e fazer o que estiver ao meu alcance para que sua licença de uso seja respeitada, não crendo que o perfeito cumprimento da mesma seja impeditivo para quem quer que seja prover os serviços que quiser sobre o Moodle. A realidade mostra isso, e só quem está realmente interessado em prejudicar o Moodle encontrará argumentos para discordar desta realidade.

Aproveito este post para esclarecer que trabalho com o Moodle desde 2001 (se eu não me engano, o primeiro Moodle com que trabalhei era a versão 0.8), participei ativamente nos dois primeiros anos. Infelizmente minha participação se perdeu em uma das atualizações, restando registros apenas de participações de quando houve decepção com os rumos dados à comunidade. Me afastei por respeito próprio, mas mantive gente da minha folha de pagamento atendendo e tirando dúvidas de moodlers, na comunidade. Tentei, em 2007 e 2008, fazer apresentações gratuitas sobre o Moodle em certos eventos, mas também fui rechaçado, recebendo a resposta que "se você quiser participar, faça a inscrição e participe como qualquer um da audiência", dispensando assim a experiência de quem mais tem a apresentar informação: o MP. Por respeito próprio, parei de me oferecer para ajudar, embora nunca tenha negado participar de evento nenhum, sem qualquer custo para o promotor do evento, para divulgar o Moodle.

Em 2006 por exemplo, fui apresentar o Moodle no encontro da UAB Sul, realizado em Florianópolis, onde até a passagem aérea fui eu quem pagou. No mesmo ano aprestei consultoria gratuita para o MEC, com todas as despesas custeadas com recursos próprios, apresentando 5 opções de software livre para ser usado como alternativa ao eProinfo. Como sabia da superioridade do Moodle, não precisei de esconder o aTutor, o Claroline (ou Dokeos), o FLE, e outro que não lembro no momento. Os fatos já mostravam naquela época que o Moodle era, como hoje é, e pelo jeito será por um bom tempo, superior a qualquer outro LMS (pago ou gratuito). O próprio MEC concluiu isso, sem eu precisar de concluir por eles. Passaram a utilizar o Moodle como política de Governo. Vários projetos financiados pelo MEC passaram a citar o Moodle como ferramenta de trabalho. Resultado: o setor educacional público descobriu o Moodle, e trouxe junto o setor privado, resultando hoje o Brasil ser o terceiro país com mais sites registrados no mundo. E só não é o primeiro porque a cultura brasileira não estimula registro de software nem quando é pago. Cansei de viajar para diversos locais do país, promovendo um evento que chamei de Moodle Day, onde ia até uma grande instituição palestrar sobre o Moodle, apenas tendo pago o transporte e a estadia. Foram tantas as viagens que tive que começar a cobrar para viajar, para que não passasse a ocupar meu tempo fortemente com atividades filantrópicas. Infelizmente não tenho um holerite federal que me garante pagar as contas no final do mês, só ganho se trabalhar, e muito. Só suporto porque amo o que faço, portanto, quando trabalho, me divirto.

Por diversas vezes prestei consultoria tanto paga quanto gratuita para instituições governamentais, sempre no sentido de defender o Moodle como opção de LMS. Não sou hipócrita de dizer que fiz tudo isso com abnegação, pois não sou nem monge nem afortunado, tenho contas a pagar, e sei que tais prestações gratuitas de serviço geralmente trazem rendimentos indiretos e diretos. Mas também é fato que ajudou ao Moodle chegar onde chegou, e continuarei trabalhando neste sentido, apesar das críticas de quem não me conhece e que não conhece toda a história. Deixo este post aqui como uma oportunidade para todos interagirem comigo e me conhecerem melhor, descobrindo que não se trata de um maquinário capitalista que visa apenas lucro, mas sim de alguém que acredita no Moodle, no software livre, e trabalha para o sucesso de todos, através das contribuições para o software.

Desculpem o longo texto, mas precisava desabafar, depois de tantos posts com conteúdo negativo sobre as mudanças, sejam motivados por desconhecimento de causa ou (apenas em alguns casos) má intenção em prol de interesses próprios. Volto a dizer: sejam pacientes, pois o tempo, e só o tempo, é dono da verdade. Se as mudanças significarem algo tão maléfico quanto alguns propagam, isso se mostrará de forma clara. Caso contrário, se tais mudanças forem para a melhora da comunidade e do software no Brasil, todos perceberão isso claramente também.

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